Reforma tributária, um antídoto para recessão
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Artigo do leitor Rodrigo Roratto
Em época de incertezas na economia mundial, vejo na mídia diversos analistas em busca de explicações para as oscilações que ocorrem nas bolsas de valores do Brasil e do mundo. No entanto, acredito que é preciso encontrar alternativas concretas que venham a evitar uma possível recessão econômica no país, e dentre as quais, destaco a Reforma Tributária, que poderia proporcionar maior liquidez às empresas e poder de compra à população.
Há tempo o governo já tem o projeto da Reforma Tributária delineado, mas insiste em adiar a sua discussão e conseqüente aprovação pelo Congresso Nacional. A Reforma Tributária seria um ótimo instrumento de capitalização das empresas, visto que o atual peso dos impostos na comercialização de produtos e serviços encolhe significativamente a riqueza do setor produtivo.
Para evitar que a crise americana chegasse ao setor bancário, o governo brasileiro reduziu o valor do empréstimo compulsório – uma espécie de tributo que obriga os bancos a reterem reservas monetárias junto ao BACEN, de modo que procurou liberar o dinheiro retido no caixa dessas instituições e elevar o acesso ao crédito pelas empresas e população em geral. É necessário que isso também se aplique ao restante do mercado, pois com menos impostos novos empregos podem ser criados e mais investimentos podem ser realizados. Outrossim, a arrecadação do governo pode até aumentar, pois com menos tributo, o índice de inadimplência pode reduzir e liberar o crédito para um maior consumo e investimento. O fim da CPMF corroborou essa idéia, pelo fato do índice de arrecadação federal bater sucessivos recordes após a sua extinção.
Num período sombrio para o mercado financeiro, em que os empresários e consumidores sentem-se receosos em investir e gastar, a redução da carga tributária contribuiria para que o giro dos recursos se tornasse mais constante, de forma que o valor final agregado aos produtos e serviços se tornaria menor, estimulando, assim, o fluxo financeiro do mercado. Embora estejamos quase no final do ano, ainda há tempo de reavivar essa proposta junto ao congresso nacional, para que tenhamos um 2009 com melhores perspectivas de desenvolvimento.
Portanto, é importante que os especialistas apontem as causas e conseqüências da instabilidade econômica, mas é necessário também o encontro de soluções para os problemas que podem advir de uma crise mundial. Assim, a Reforma Tributária seria um ótimo meio de prevenção e que apontaria para uma nova perspectiva de crescimento econômico e social ao país. Por isso, é muito importante a retomada da discussão desse projeto pelos nossos representantes em Brasília.


