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Raiva no trabalho afeta 12% das pessoas

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Uma recente pesquisa, realizada pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, indica que a raiva no trabalho não é mais um mito e sim uma doença cada vez mais comum. No estudo, 12% dos trabalhadores afastaram-se do trabalho devido ao mal. Estresse, angústia e sofrimento constante são alguns dos sintomas apresentados pelas pessoas.

Para o estudioso do comportamento humano e palestrante Carlos Hilsdorf, a raiva no trabalho seria comparada ao agonismo observado no mundo animal. Tal conduta seria caracterizada por: agressão, defesa e evitação. “Estamos diante de uma patologia corporativa na qual predomina o contato verbal, meramente ritual. É comum encontramos pessoas que, em um nítido automatismo comportamental, radicalizam questões não em busca de soluções, mas da satisfação de seu ego”, explica Hilsdorf.

Segundo ele, a raiva no trabalho tem suas origens tanto no próprio ambiente da empresa quanto fora dele, uma vez que são freqüentes os mecanismos de projeção das emoções. Ou seja, leva-se problemas de casa para o trabalho e vice-versa. “A agressão não precisa ser explícita ou escancarada, ela pode ocorrer de forma verbal ou não-verbal”, diz. “Desconsiderar pontos de vista, não ouvir atentamente as pessoas, subestimar sua inteligência e contribuições, interromper prematuramente suas exposições, manter uma postura física ou expressão facial de superioridade são algumas entre tantas formas de agressão”.

Um dos gatilhos mais comuns para o desenvolvimento do sentimento de raiva é a auto-defesa. “As pessoas, sob pressão, sentem-se continuamente ameaçadas e não suficientemente adequadas. O ambiente competitivo e tenso faz com que o número de vezes em que as pessoas são expostas a elogios seja muitas vezes menor que o número de vezes que recebem atitudes frias, indiferentes ou, simplesmente, de cobrança e não valorização”, diz.

“Isto as torna defensivas e sempre mais preocupadas com as justificativas que terão que apresentar do que, verdadeiramente, com os objetivos que têm por alcançar. Nestas circunstâncias tem início a evitação a determinadas pessoas, tarefas, assuntos”.

Na sua opinião, os chefes têm culpa no cartório, sim. “As lideranças estão falhando em uma de suas premissas básicas que consiste, dentro da sociedade do conhecimento, em tornar o trabalho uma fonte de prazer e de realização profissional e pessoal e, por meio desta postura, adaptar as práticas organizacionais às constantes mudanças de cenário”, diz. “Cabe às lideranças o papel estratégico de estabelecer o clima e a atmosfera necessários para que ocorram as mudanças organizacionais”.

Por fim Hilsdorf diz que buscar uma solução para o problema é positiva para todas as partes envolvidas, tanto trabalhadores como a própria empresa. “Cuidar dos aspectos psicológicos e comportamentais envolvidos nos relacionamentos profissionais equivale a investir na obtenção de melhores resultados nos negócios”.

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