Projetos podem cortar custos dos cartões de crédito para empresas
Publicado em:
O compartilhamento das máquinas de crédito e débito e a unificação destes sistemas aliados à imposição de um teto para o valor repassado às administradoras – de até 2% sobre o valor da venda – deverão gerar economia de até 65% nos custos dos empresários. A estimativa é da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) e está baseada nos gastos que envolvem aluguel de duas máquinas por estabelecimento e taxa de administração de 6%.
O cálculo também considera faturamento anual de R$ 433 mil para microempresários (R$ 1.202,80 por dia) e de R$ 2 milhões para os pequenos (R$ 5.555,93 por dia) e margem de lucro de 20% para ambos. Nesta simulação, a redução diária de gastos seria de R$ 225,57 para os pequenos e de R$ 51,44 para microempresários.
Com base nestes padrões de faturamento, no caso de um pequeno empresário, os gastos diários com aluguel de duas máquinas por estabelecimento e com taxa de administração de 6% atingem, em média, R$ 340,02 e correspondem a 30,60% da margem de lucro. Com as mudanças, este valor cairia para R$ 114,45 e seria equivalente a 10,30% da margem. Ou seja, um aumento de 20,3% no lucro.
Já no caso de um microempresário, os gastos diários com aluguel de duas máquinas por estabelecimento e com taxa de administração de 6% atingem, em média, R$ 78,83 e correspondem a 32,77% da margem de lucro. Com as mudanças, este valor cairia para R$ 27,39 e seria equivalente a 8,80% da margem. Ou seja, um aumento de 21,4% no lucro.
As estimativas estão baseadas em dois Projetos de Lei. O nº 677/20, do senador Adelmir Santana (DEM-DF), prevê o compartilhamento das máquinas e a unificação dos sistemas e está em discussão na esfera do Banco Central. O segundo, de autoria do deputado estadual Talmir Rodrigues (PV-SP), nº 3.499/08, estipula que a empresa emissora ou administradora de cartão de crédito ou débito não poderá cobrar comissão sobre as vendas superior a 2% do valor de venda.
A Fecomercio, no entanto, pondera que apesar da economia que os comerciantes terão referentes aos gastos com máquinas, sistemas e taxas de cartões, uma eventual queda nos preços ao consumidor depende de outras variáveis, principalmente o fator concorrência.
Quanto à perda de receita pelas administradoras de cartões, ainda segundo cálculos feitos pela entidade, mesmo cobrando taxa limitada em 2%, o retorno anual deve atingir algo em torno de 25%, ou seja, superior ao oferecido pelas demais aplicações financeiras em vigência no país. E com o comércio aquecido, isto se torna ainda mais relevante em termos de valores absolutos, finaliza a entidade