Prévia da inflação oficial fica estável com preços menores dos alimentos
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da Folha Online
Atualizado às 09h32.
O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) registrou alta de 0,23% em agosto, ligeiramente acima do 0,22% visto em julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o instituto, o resultado representa estabilidade de julho para agosto, e se deveu à menor variação nos preços dos alimentos, que apresentaram queda 0,28% neste mês, enquanto em julho, haviam apresentado alta de 0,33%.
Com este resultado, o acumulado no ano chegou a 2,95%, abaixo do registrado no mesmo período de 2008 (4,69%). Nos últimos 12 meses, a taxa de 4,34% também ficou abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (4,47%). Em agosto de 2008, o IPCA-15 foi de 0,35%.
Entre os índices regionais, São Paulo apresentou o maior resultado, 0,51%, com destaque para alimentos (0,24%) e energia elétrica (7,70%). O menor foi registrado na região metropolitana de Salvador (-0,17%).
O leite pasteurizado, que vinha apresentando altas expressivas desde maio, pressionando o resultado do grupo, neste mês apresentou queda de 1,48%, contra alta de 9,25% em julho.
Outros produtos importantes no consumo das famílias contribuíram para a desaceleração dos alimentos, com destaque para açúcar refinado (1,84% para -0,07%), açúcar cristal (de 1,72% para -0,39%), feijão carioca (de 5,21% para 1,41%), carnes (de -0,35% para -1,45%), batata inglesa (-12,91%% para -11,02 %), tomate (de 0,01% para -10,29%), óleo de soja (de 0,25% para -4,14%), frango (de 0,04% para -1,46%) e iogurte (de 0,81% para -3,89%).
Os produtos não alimentícios, por outro lado, apresentaram alta de 0,38% em agosto, contra 0,19% no mês anterior. Apesar da queda nos preços dos artigos de vestuário (de 0,24% para -0,25%), a energia elétrica (de 1,18% para 2,15 %) apresentou a maior contribuição do mês (0,07 ponto percentual), devido aos reajustes ocorridos em São Paulo (12,90%) e em Belém (3,50%).
As variações no preço da energia, apropriadas no período de coleta do IPCA-15 de agosto, foram de 7,70%, em São Paulo, e de 1,98%, em Belém.
As contas de água e esgoto também tiveram reajustes no Rio de Janeiro (5,95%), Porto Alegre (4,70%) e Fortaleza (6,52%), o que fez com que o item apresentasse alta de 0,64% em agosto, contra 0,12% de julho. Com isso, o Habitação registrou alta de 0,85% no mês.
O grupo Transportes passou de deflação de 0,02 % em julho para alta de 0,16% neste mês. O preço do litro do álcool subiu 3,54%, enquanto no mês anterior havia aumentado 0,90%. A gasolina continuou a subir, porém menos, passando de 0,91% para 0,52%. Subiram ainda as tarifas dos ônibus interestaduais (de 1,82% para 2,92%).
O grupo Educação teve alta de 0,90%, refletindo os resultados apurados na coleta realizada no mês de agosto (levando em conta, assim, os dados mais atualizados do segundo semestre do ano letivo). Os cursos (ensino formal) tiveram alta de 0,74% e os cursos diversos (informática, idioma etc.), de 1,95%.
Os preços para o cálculo do IPCA-15 foram coletados de 15 de julho a 13 deste mês, e comparados com os coletados no período de 16 de junho a 14 de julho. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, com diferença apenas no período de coleta dos preços.