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Petrobras vai rever preço da gasolina

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Estatal admite que combustível está mais caro do que no exterior

Petrobras analisará nas próximas semanas a possibilidade de reduzir os preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias para os consumidores do país. O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou, no entanto, que a empresa não poderá adotar a medida a curto prazo, sob o risco de repassar para o mercado a volatilidade dos preços internacionais do barril de petróleo.
Desde o último dia 25 de outubro, os preços da gasolina e do óleo diesel produzidos pela Petrobras no Brasil encontram-se de 16% a 27% mais caros do que no mercado americano, conforme o Jornal do Brasil revelou na última quinta-feira. Tal fenômeno, que reverte uma tendência dos últimos meses, deve-se, segundo analistas, à apreciação do real frente ao dólar e à queda das cotações internacionais do petróleo.

– Nós vamos avaliar esse patamar de preços e, se ele se verificar sustentável, obviamente os ajustes serão feitos – afirmou Costa. – Temos que ver se esse patamar (de preços) é pontual. No mês passado, os preços do petróleo chegaram a US$ 70 (o barril) e nem por isso nós repassamos isso para os preços de nossos derivados.

A Petrobras conseguiu lucro recorde de R$ 5,6 bilhões no terceiro trimestre de 2005, superior em 27% àquele apurado no mesmo período do ano passado – R$ 4,44 bilhões. Com isso, o resultado acumulado no ano chegou a R$ 15,6 bilhões, 23% mais que em igual período de 2004. A receita operacional líquida consolidada atingiu R$ 35,7 bilhões, 18% maior em relação ao mesmo período de 2004. A geração de caixa da empresa (Ebitda, em inglês) entre os meses de julho e setembro alcançou o valor de R$ 12,48 bilhões, resultado 31% superior aos R$ 9,548 bilhões registrados. O valor de mercado da companhia alcançou R$ 168 bilhões.

Contribuíram para o lucro recorde os reajustes de 10% da gasolina e de 12% do óleo diesel e a melhor aceitação do petróleo pesado brasileiro no mercado internacional. Apesar do resultado inédito, os investidores ficaram decepcionados. A expectativa era de ganhos ainda mais expressivos. Com isso, as ações preferenciais caíram 2,87% e as ordinárias, 1,16%.

O custo de produção de cada barril de petróleo cresceu 33% de janeiro a setembro, de US$ 4,18 para US$ 5,54. Além do dólar valorizado, o afretamento de plataformas encareceu as operações da Petrobras, sobretudo no terceiro trimestre.

A Petrobras teve prejuízo de R$ 284 milhões com a ociosidade das usinas térmicas de janeiro a setembro. O lucro da área de gás natural caiu de R$ 64 milhões para R$ 42 milhões no terceiro trimestre em relação ao anterior. O gasto com as térmicas foi compensado pela diminuição de despesas com pagamentos a acionistas da Transportadora Brasileira do Gasoduto Brasil-Bolívia (TBG), de acordo com a estatal em relatório para investidores e analistas.

Já na área de Abastecimento, a Petrobras experimentou queda de 60% no lucro, de R$ 784 milhões no terceiro trimestre. Isso por causa do aumento de importações de derivados e petróleo.

A área internacional também teve lucro menor, de R$ 1 milhão, em função de perdas no Equador e na Venezuela. Só a área de distribuição (leia-se, BR Distribuidora) conseguiu aumentar o lucro, em 67%, no terceiro trimestre frente ao anterior.

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