Pesquisa mostra otimismo nas S.A.s
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Vera Saavedra Durão
As companhias abertas começaram o ano mais otimistas com a evolução da economia em 2007. Pesquisa fechada esta semana pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) com 41 empresas, informa que as S.A.s, que detém 85% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, esperam para o primeiro semestre do ano, em relação ao último de 2006, demanda maior para seus setores, continuidade do crescimento do PIB, aumento do emprego, mais investimentos e um ano de ouro para o mercado de capitais. A empresas trabalham ainda com expectativa de menos inflação, juro em queda, cambio estável e saldo comercial inferior ao de 2006.
O presidente da Abrasca, Alfried K. Plöger, concorda com a essência da pesquisa, que ele aponta como “tendência de alta da economia”, mas considera “que as estatísticas revelam alto grau de otimismo”. Para ele, “o governo Lula , vem dando demonstrações neste início de mandato que vai continuar inerte, como tem sido até agora, o que pode contaminar as expectativas mais positivas das empresas”.
Plöger citou como o melhor exemplo desse comportamento a demora em divulgar o PAC, pacote para destravar o crescimento. “O governo Lula continua sem se movimentar. Não esperamos mais um PAC do tamanho que foi anunciado, mas na segunda-feira teremos uma surpresa. Será divulgado um paczinho, pois não há como gerar recursos para investir depois do aumento do salário mínimo e da correção no Imposto de Renda. O PAC já foi por água abaixo”, disse.
No caso dos investimentos, que 68% das companhias espera aumentar, o empresário foi também cauteloso. “O grande sonho de deslanchar a infra-estrutura do país, também está se esboroando. Já levamos uma cacetada depois que a ministra Dilma (Roussef, da Casa Civil) comunicou que o governo não quer mais fazer Parceria Público Privada (PPP)”. Ele ressaltou que a decisão foi tomada depois da pesquisa da Abrasca.
O índice Ibovespa, criado na pesquisa para medir as expectativas em relação ao mercado de capitais, revela que 85% das companhias abertas apostam que a bolsa vai continuar em alta em 2007.
Indo na contramão da pesquisa, onde 71% companhias abertas das consultadas esperam alta do PIB, a Abrasca trabalha com uma projeção do produto real para o ano entre 2,7% a 2,8%, taxas iguais as esperadas para 2006.