O desafio da nova linguagem contábil está apenas começando para os analistas de investimento. Além de emitir opiniões sobre a qualidade dos dados do tumultuado quarto trimestre, os profissionais terão que projetar os próximos resultados já de acordo com as novas normas. |
Os reguladores permitiram que as empresas fizessem apenas o balanço de 2008 de acordo com a lei nova, sem necessidade de trazer a base de comparação pelo mesmo critério. Daqui para frente, os trimestrais serão também de acordo com as 16 normas emitidas pelo Comitê de Padrões Contábeis ao longo de 2008. |
"Para nós será o balanço anual de 2008 será base zero. Perdeu-se o histórico", contou Lika Takahashi, chefe de análise da Fator Corretora. Ela explicou ainda que os analistas da corretora fizeram treinamento sobre as mudanças. No entanto, a aplicação prática é muito diferente e não havia como estimar quais seriam os efeitos. |
De acordo com Lika, o desafio do analista é ainda maior quando se trata de companhia com efeitos sazonais. Isso porque não dá para saber como será agora de acordo com os novos padrões. |
Na maioria dos casos, as companhias fizeram os comentários de desempenho sobre os balanços excluindo os ajustes da trazidos pela nova lei, prejudicando o papel educacional da adoção inicial das regras. |
Segundo Sérgio Citeroni, sócio da auditoria da Ernst & Young, essa foi a preferência porque os balanços deste ano não têm a comparação. Logo, ficaria ainda mais difícil fazer a análise sem essa opção. |
Além da projeção, a dificuldade de comparação deve persistir nas demonstrações financeiras trimestrais de 2009, já que as de 2008 foram feitos de acordo com o padrão antigo. |
Para os analistas, o refresco virá só no próximo ano. Em 2009, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) planeja a emissão de mais 28 pronunciamentos contábeis, até setembro. Porém, eles serão aplicados apenas a partir dos trimestrais de 2010 e com apresentação dos dados comparativos. |
As demonstrações anuais de 2009 seguirão rigorosamente as mesmas normas usadas para o do ano passado. "Portanto, serão comparáveis", enfatizou Eliseu Martins, diretor da autarquia, durante o anúncio, em dezembro, do cronograma de trabalhos deste ano. |
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