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Natal 2021 foi o mais desigual dos últimos 14 anos, calcula FGV

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Portal Terra

Amaury Nogueira

De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) o Natal de 2021 apresentou a maior disparidade no nível de consumo entre os mais pobres e os mais ricos no Brasil desde 2007, quando o estudo começou a ser realizado.

Segundo os dados divulgados pelos pesquisadores na última quinta-feira (23), os mais riscos que pretendiam comprar presentes neste Natal gastariam em média R$ 164, enquanto que os mais pobres gastariam em média R$ 59. Esses indicadores pioraram em relação ao ano passado, quando os mais ricos gastaram R$ 171 e os mais pobres R$ 61.

A desigualdade do poder de compra dos brasileiros nesta data também é demonstrada por outro indicador. A intenção de compra das famílias com renda acima de R$ 4.800 ficou 44,4 pontos acima da intenção de compra das famílias com renda inferior a R$ 4.800. É a maior diferença já registrada pelo estudo do FGV IBRE.

Por outro lado, houve uma melhora na intenção geral de compras em relação ao Natal de 2020, quando a pandemia impactou profundamente a renda dos brasileiros. Isso aponta para uma recuperação lenta da economia.

Mas mesmo esse resultado positivo é inferior ao que foi registrado nos três anos anteriores à pandemia e bem distante do recorde registrado em 2011. Naquele ano, a intenção de compra das famílias brasileiras foi de 81,5 pontos, enquanto em 2021 foi de 60,1.

Expectativas para 2022

Segundo Viviane Seda, coordenadora do estudo, o crescimento do consumo neste Natal em relação ao mesmo período do ano passado se deve à flexibilização das medidas de restrição social, em especial a abertura do comércio de rua, que atraiu o consumidor de volta para as compras presenciais.

Por outro lado, como aponta a pesquisadora, é necessário uma aceleração na criação de empregos para que as famílias de renda mais baixa voltem a consumir. Além disso, uma queda na inflação, especialmente de alimentos e transporte, também é essencial para elevar o consumo dos mais pobres.

As expectativas para 2022, no entanto, não são animadoras. Depois de uma queda no PIB do terceiro semestre de 2021 (que deve fechar com uma pequena recuperação em relação a 2020), a projeção é de recessão para o ano que vem. Com isso, o desemprego deve continuar sendo uma preocupação para os brasileiros.

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