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Lula quer vender etanol em visita à Escandinávia

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BBC Brasil

Na sua primeira visita à Escandinávia, que começa neste fim-de-semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer ampliar o mercado consumidor e assinar acordos de cooperação para o etanol brasileiro e despertar o interesse de empresários desses países para investimentos em obras de infra-estrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Lula chega neste domingo à noite a Helsinque, na Finlândia, para a primeira etapa da viagem que inclui ainda visitas à Suécia, Dinamarca, Noruega e Espanha.

Nos quatro países nórdicos, a programação do presidente segue um roteiro de encontros com chefes de Estado e de governo e empresários do país. Embora sejam países relativamente pequenos, todos eles têm grandes empresas multinacionais e um razoável estoque de investimento no Brasil, em vários setores diferentes.

Depois de passar o fim da próxima semana de folga na Espanha, o presidente Lula tem uma programação oficial em Madri na segunda-feira, com encontros com o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero e um evento com empresários do país, também para atrair investimentos para o Brasil.

A Espanha é atualmente o segundo maior investidor estrangeiro no país. São mais de 200 empresas, com um volume acumulado de investimento de US$ 25 bilhões.

As empresas espanholas entraram com mais força no Brasil a partir dos anos 90, com as privatizações das estatais nos setores de telecomunicações e bancos, além de aquisições de empresas brasileiras em outros setores.

Agora, Lula quer atrair empresários espanhóis para investir nas obras previstas no PAC, que ainda dependem de recursos privados para sair do papel.

Será a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro aos quatro países nórdicos. O ex-presidente Fernando Collor esteve na Suécia e na Noruega, em 1991, mas a visita não era de Estado. Na Finlândia, é a primeira vez que um presidente brasileiro põe os pés no país.

De acordo com o Itamaraty, todas as visitas têm o objetivo de retribuir visitas de chefes de Estado desses países ao Brasil. "Esta visita é devida há muito tempo. Relações diplomáticas pressupõem reciprocidade de visitas", afirmou a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, diretora do Departamento de Europa do Itamaraty.

O governo brasileiro vê nesses países – produtores de petróleo, mas interessados em energias renováveis – um mercado potencial para o etanol produzido no Brasil e também um potencial investidor em projetos conjuntos em outros países da América Central e Caribe e África.

Finlândia, Suécia e Noruega já utilizam o etanol como combustível. A Suécia tem uma frota de mais de 40 mil veículos flex. O país produz etanol de trigo e cevada, mas, de acordo com o Itamaraty, tem interesse em utilizar a tecnologia brasileira de etanol de cana-de-açúcar, mais produtiva.

Com a Dinamarca, o Brasil deve fazer um acordo de cooperação para o desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de combustível a partir do bagaço de cana.

Como membros da União Européia, Finlândia, Suécia e Dinamarca também têm que cumprir a meta do bloco de utilizar uma parcela de combustível de fonte renovável até 2010.

Finlândia, Noruega e Dinamarca também são co-patrocinadores do projeto de reformulação do Conselho de Segurança da Onu apresentado pelo G-4 (Brasil, Índia, Japão e Alemanha).

De acordo com o Itamaraty, Suécia e Dinamarca também têm posições mais liberais, mais parecidas com as do Brasil, em relação à abertura dos mercados agrícolas nas negociações comerciais da Rodada Doha.

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