Greve na Receita pode afetar vendas de Natal
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Somente a LVMH já tem cerca de R$ 3 milhões em mercadorias represadas. Os técnicos da Receita Federal completam hoje um mês de sua segunda paralisação este ano, o que já provoca bloqueios na liberação de produtos importados. Empresários prevêem que a continuidade da greve pode prejudicar os estoques de Natal, que desembarcam sempre nesta época do ano. Segundo a diretora-geral da gigante francesa LVMH, Evelyse Britto, mais duas semanas sem a Receita resultarão em escassez de perfumes e cosméticos. O problema ameaça também o ingresso de produtos natalinos tradicionais, como enfeites, bebidas e alimentos típicos para as festas.
Produtos essenciais, como remédios, perecíveis e inflamáveis, estão sendo liberados com prioridade nas fronteiras, portos e aeroportos do País. Entre os processos paralisados, estão despachos de importação e exportação, procedimentos de identificação de carga e solicitações de alteração de dados.
O mercado de luxo, dependente 100% das importações, é um dos mais afetados neste momento. A LVMH, que representa no Brasil marcas famosas como Dior, Givenchy, Guerlain, Kenzo e Acqua di Parma, já acumula cerca de R$ 3 milhões em mercadorias represadas, entre perfumes, cremes e maquiagens.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira, os varejistas ainda não sentiram grande impacto. “Muitos alimentos e bebidas já chegaram às lojas”, informa. São produtos como vinho, bacalhau e brinquedos, que foram comprados antecipadamente pelas empresas. O grupo Pão de Açúcar, por exemplo, informou por meio de sua assessoria de imprensa que, apesar do atraso na chegada de mercadorias, ainda não houve atraso significativo no programa de importação.
Mas o presidente da Abras alerta que, caso haja um prolongamento da greve por mais 15 ou 20 dias, o estoque de produtos natalinos ficará comprometido.
A-5(Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Cristina Borges Guimarães, Regiane de Oliveira e Sandra Azedo)