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Grandes empresas pagam juros mais baixos

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São Paulo, 04/06/2007 – O aumento das alternativas de financiamento nos mercados de capitais doméstico e internacional derrubou os juros cobrados pelos empréstimos bancários para grandes empresas — aquelas com faturamento acima de R$ 150 milhões (US$ 78,95 milhões) por ano. E as empresas vêm aproveitando esta oportunidade: “Desde 2000, os volumes dobraram”, diz o executivo de um dos maiores bancos especializados em grandes empresas do País, que preferiu não se identificar. Já os spreads (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos no mercado e o que cobram das empresas) caíram 30% de lá para cá, informa a mesma fonte. Segundo o Banco Central (BC), os spreads cobrados de empresas caíram de quase 15 pontos percentuais para 13,5 nos últimos 12 meses terminados em março — não há estatísticas isoladas para as grandes empresas, mas segundo os entrevistados, a queda foi ainda maior. “Há casos em que a filial de uma multinacional aqui paga menos por um empréstimo do que a matriz em seu país de origem”, afirma Sergio Clemente, diretor do Bradesco.

Na média, as taxas finais cobradas das grandes empresas ficam em torno de 0,35% além do CDI (taxa que remunera os depósitos entre bancos). Mas podem ser ainda menores.

Com a grande liquidez internacional, os bancos conseguem captar recursos a custos baixos no exterior, e repassá-los a empresas grandes como Petrobras e Vale do Rio Doce por algo equivalente a Libor (a taxa interbancária de Londres, referência para empréstimos internacionais) menos 0,3% ao ano, o que eqüivale a cerca de CDI mais 0,1% ao ano. Por isso, dependendo do ponto de vista pode-se dizer que os empréstimos estão saindo a juros negativos.

Mesmo assim os bancos continuam interessados no negócio. De acordo com os balanços do primeiro trimestre deste ano, a carteira de grandes empresas do Bradesco cresceu 18,6% em um ano, passando a R$ 29,99 bilhões (US$ 15,78 bilhões) em março último. No Itaú, a carteira das grandes empresas atingiu R$ 24,62 bilhões (US$ 12,96 bilhões) no período, um aumento de 7,2%; no Unibanco, cresceu 19,9%, para R$ 19,67 bilhões (US$ 10,35 bilhões). E a demanda deve continuar em alta, segundo os bancos: para eles, mesmo empresas grandes estão em fase de expansão e precisam de crédito comercial. Além disso, os bancos vêm participando como parceiros do BNDES, dividindo riscos de contratos de financiamentos de grandes projetos. Há ainda as linhas de comércio exterior (exportação e importação), também em alta.

Léa De Luca

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