Logo Leandro e CIA

Governo zera tarifa na importação de trigo para controlar inflação

Publicado em:

BEMPARANÁ

 

 

 

 

 

SÃO PAULO, SP – O governo isentou de tarifa de importação a compra de 1 milhão de toneladas de trigo adquiridas de países de fora do Mercosul. A isenção da TEC (Tarifa Externa Comum), que é de 10%, irá vigorar até o dia 15 de agosto e foi aprovada pela Camex (Câmara de Comércio Exterior) e publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” desta terça-feira (24). O pedido de isenção foi feito em caráter de urgência pelo Ministério da Fazenda -que monitora os preços do trigo no mercado brasileiro e o volume de importações tarifadas- na tentativa de controlar o impacto na inflação. Segundo estatísticas da Abitrigo, associação que reúne os moinhos brasileiros, as importações de trigo do Mercosul -sem taxação- ficaram em 1,5 milhão de toneladas nos primeiros cinco meses desse ano, contra 2,7 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. Por outro lado, cresceram em 2014 as importações de trigo dos Estados Unidos, sobre as quais habitualmente incide a TEC. O volume de produto norte-americano comprado pelo Brasil subiu para 947 mil toneladas nos cinco primeiros meses do ano, contra 225 mil toneladas entre janeiro e maio de 2013.

No ano passado, a cota isenta de TEC para trigo de fora do Mercosul foi sendo ampliada ao longo dos meses, chegando a ultrapassar 3 milhões de toneladas. A posição dos EUA como grande fornecedor de trigo do Brasil, que já havia sido alcançada em 2013, era esperada também em 2014, uma vez que a Argentina novamente não dispõe de volumes suficientes para atender a totalidade da demanda de importação brasileira. ARGENTINA Para a Camex, a importação do cereal proveniente dos Estados Unidos se fez necessária uma vez que há dificuldades por parte da Argentina de suprir o mercado brasileiro. Há um temor entre corretores e analistas de que os produtores argentinos voltem a segurar sua produção para se proteger da desvalorização da moeda local e da instabilidade econômica. A retirada do imposto contraria a orientação do Ministério da Agricultura, que alertava para a entrada da safra brasileira a partir de julho, o que poderia ajudar a abastecer o mercado. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção nacional do cereal deve somar 7,37 milhões de toneladas em 2014/15, 33,4% um terço a mais que na safra anterior.