Governo aumenta imposto a estrangeiro para frear queda do dólar
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Portal Terra
Tatiana Damasceno
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira, em Brasília, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de investimento estrangeiro em renda fixa e fundos de 2% para 4%. Segundo o ministro, a medida visa evitar a valorização do real ante o dólar, que prejudicaria as exportações do País.
"Há interesse crescente dos investidores estrangeiros (no Brasil). A medida é para evitar que o real valorize e prejudique as exportações brasileiras", disse o ministro, que também afirmou que o investimento de estrangeiros em bolsa não será afetado. A medida vale a partir de amanhã.
"A tendência é que os países desvalorizem suas moedas. Vou para Washignton, para a reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional), e vou levantar esta discussão, que é preferível a gente tomar medidas coordenadas do que isoladas. O que está por trás disso é a necessidade de todos os países aumentarem suas exportações. Não só tem uma guerra cambial, tende a ter uma guerra comercial, essa é nossa preocupação."
Há menos de uma semana, na última terça, Mantega havia negado que o aumento de IOF para estrangeiro. "Todas as possibilidades estão abertas, mas apenas se o câmbio se comportar de forma inadequada. No momento, não se prevê mudança no IOF", disse o ministro.
A moeda america teve leve alta nesta segunda ante o real, terminando o dia cotada a R$ 1,69.
Repercussão
Assim que foi anunciada, a medida foi tema de comentários de especialistas. "A medida é uma tentativa de suavizar os fluxos de capital de curto prazo, que são de fato intensos. Essa medida deve ter uma alcance limitado. Não altera a tendência de médio prazo do câmbio brasileiro. Não (foi uma surpresa), foi bastante anunciado por ele", disse Roberto Padovani, estrategista-chefe da Westlb Brasil.
Para os especialistas, a eleição para presidente influiu no assunto. "Esperávamos que o governo adiasse essas decisões até o segundo turno, mas aparentemente ele acredita que o PSDB atacaria a Dilma por não defender os exportadores", afirmou Pedro Tuesta, da 4Cast Consultoria.