Funcionários da Receita prometem manter greve
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Amanhã, haverá assembléia em todo País e a recomendação da direção nacional do movimento é manter e ampliar a paralisação iniciada em 2 de maio
Renata Veríssimo
BRASÍLIA – O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Unafisco) promete endurecer a greve iniciada no último dia 2 de maio. Amanhã, haverá assembléia em todo País e a recomendação da direção nacional do movimento é manter e ampliar a paralisação. “A greve está se fortalecendo”, afirmou o presidente do Unafisco, Carlos André Nogueira.
Ele disse que a paralisação já está afetando a produção de algumas empresas. Segundo Nogueira, em alguns Estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, empresários estão obtendo na Justiça liminares para conseguir embarcar exportações e liberar importações. “A paralisação é mais evidente nos portos e aeroportos”, disse o presidente da Unafisco.
A Secretaria da Receita Federal evita comentar a greve, mas confirma que o impacto maior é no comércio exterior. O órgão nega, no entanto, que a paralisação dos auditores fiscais afetará a liberação dos lotes de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A Receita deve publicar amanhã no Diário Oficial da União o calendário de liberação dos lotes de restituição do imposto pago a mais no ano-base de 2005. Serão sete lotes, um a cada mês. A primeira liberação será dia 16 de junho e a última, 15 de dezembro.
O presidente da Unafisco disse que os lotes referentes ao imposto de renda de 2006 (ano-base 2005) têm liberação automática mas alertou que aquelas declarações que estão ou entraram na malha fina podem sofrer atraso na análise que é realizada por auditores fiscais.
Nogueira disse que mais de 60% da categoria já aderiu ao movimento. A Receita conta com 7.700 auditores fiscais em todo País. O governo ainda não abriu negociação com a categoria que pede reajuste salarial. Segundo o presidente da Unafisco, há a expectativa de que seja agendada para a próxima semana uma reunião com o Ministério do Planejamento. Nogueira disse que o governo estava aguardando a sanção do orçamento deste ano para discutir as reivindicações dos auditores.