Fraude no IR pode ter gerado rombo de R$ 50 mi
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A Secretaria da Receita Federal, o Ministério Público da União e a Polícia Federal fizeram hoje uma operação para desmantelar esquemas de fraude nas declarações de imposto de renda, que podem ter gerado um prejuízo de R$ 50 milhões ao fisco em São Paulo.
Se ficar comprovada, a fraude terá sido a maior do gênero no estado, de acordo com o superintendente adjunto da Receita Federal em São Paulo, Paulo Jackson.
Três escritórios da Grande São Paulo foram investigados, suspeitos de agir contra a ordem tributária, entregando desde 2003 cerca de 20 mil declarações suspeitas de irregularidades, e podem receber multas de até R$ 100 milhões. Nesse valor, estão incluídos os impostos não pagos. Os três escritórios também não possuíam CNPJ.
Jackson acompanhou uma blitz em um deles, no bairro do Sacomã, zona sul da cidade. Foram apreendidos 25 computadores e dezenas de documentos. Segundo Jackson, os prestadores de serviços ofereciam a clientes, em mala direta, a possibilidade de aumentar o valor das restituições. “Eles trabalhavam focados em usuários da zona sul da cidade e, principalmente, junto a funcionários de montadoras”, acrescentou.
A suspeita foi levantada após checagem do serviço de inteligência da Receita sobre os contribuintes que, além de comprovante de pagamento de plano de saúde, apresentavam vários recibos de médicos, entre os quais estavam profissionais de cidades fora do estado de São Paulo, como Recife.
“Não acreditamos que havia conivência dos médicos nessas operações”, afirmou Jackson, justificando que existem indícios de que o proprietário usava os números de registro profissional e do Cadastro de Pessoa Física (CPF) sem o conhecimento deles (os médicos) com a finalidade de burlar o fisco. No escritório do Sacomã, foram apreendidos alguns recibos em branco.
Os estabelecimentos pertencem à mesma família. O proprietário do escritório da capital, Sérgio Ricardo de Carvalho, que não tem formação em direito ou contabilidade, será investigado por fraude, crime contra a ordem tributária e formação de quadrilha. Ele negou ter cometido os crimes e declarou que as declarações eram feitas com informações fornecidas pelos clientes.