Estratégia para pagar menos IR ao declarar
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Saída é fazer cálculos e planejar gastos dedutíveis
Contribuintes que recebem rendimentos de várias fontes – salário, aluguel, aposentadoria – costumam apurar valores significativos de imposto a pagar na hora de fazer a declaração anual de ajuste do Imposto de Renda. Em geral, são ganhos que não são pegos pela tributação na fonte, porque, após as deduções, ficam abaixo do limite de isenção mensal, de R$ 1.215,12. Mas, quando somados com outros na declaração, poderão recolher imposto pela alíquota de 15% ou 27,5%. Quem se enquadrar nesse caso poderá simular uma projeção dos rendimentos deste ano e fazer planejamento tributário para não ser surpreendido no momento do ajuste final com o Leão.
Com base nos ganhos obtidos nos cinco primeiros meses deste ano, o contribuinte terá condições de fazer uma estimativa de quanto irá receber até dezembro. E também do total do IR retido na fonte, que é uma antecipação do que será cobrado no ano seguinte. A diferença a pagar ou a restituir é o resultado do acerto de contas que junta as receitas e deduções em um único documento.
SIMULAÇÃO
Antes de tudo, será preciso verificar, com base na tabela do Imposto de Renda anual válida para a declaração de ajuste anual de 2007, ano-base 2006, qual será o modelo de formulário mais indicado para declarar. No simplificado, todas as despesas dedutíveis são substituídas por um desconto-padrão de 20% da renda bruta até o limite de R$ 11.167,20. Se a simulação prévia da declaração indicar que os gastos dedutíveis podem ser superiores a R$ 11.167,20, o formulário completo será mais interessante.
Na simulação, o contribuinte deve somar todas as receitas tributáveis que presume obter em 2006. Do total serão subtraídas as deduções, como gastos com médicos, dentistas, etc. (sem limite de valor), escolas (até R$ 2.373,84) por dependente, além da do próprio contribuinte), contribuição ao INSS integral Cabe ainda o desconto de R$ 1.516,32, para cada dependente. Em plano de previdência privada do tipo Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL), o abatimento está limitado a 12% da renda bruta. Essa dedução só poderá ser feita por pessoas que são contribuintes do INSS.
O valor obtido após as deduções deve ser levado à tabela anual do IR. Rendimentos de até R$ 14.992,32,00 estão isentos. A partir de R$ 14.992,33 até R$ 29.958,88 serão submetidos à alíquota de 15%, com dedução de R$ 2.248,87 do resultado; acima de R$ 29.958,88, à alíquota de 27,5% e dedução de R$ 5.993,73. Para chegar ao IR a pagar ou a restituir, basta subtrair do valor devido o valor retido na fonte. O resultado da simulação vai apontar se valerá a pena ou não tomar algumas das medidas que estão no quadro.
RESERVA
O consultor tributário Andrei Lopez Bordin sugere ao contribuinte que apurar IR a pagar na declaração de ajuste que aplique o provável valor todo mês. Além de formar uma reserva para recolher o tributo em cota única, ainda embolsará o ganho financeiro da aplicação.