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Envelhecimento da população freará crescimento econômico mundial

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Genebra, 5 abr (EFE).- O progressivo envelhecimento da população nos países industrializados desacelerará o crescimento econômico mundial a médio prazo, mas não chegará a debilitar os mercados financeiros, afirmou hoje o primeiro banco suíço e europeu, UBS.

A entidade bancária suíça elaborou um relatório sobre as repercussões econômicas do paulatino envelhecimento demográfico que decorre do aumento da expectativa de vida nos países desenvolvidos.

Segundo os analistas do UBS, a maior proporção de pessoas que já não produzem faz com que os sistemas de saúde e de previdência social tenham que fazer frente a mais despesas com uma receita – derivada da contribuição das gerações jovens – que não cresce no mesmo ritmo.

“A população ativa será reduzida proporcionalmente, enquanto as aposentadorias aumentarão, por isso uma melhor divisão da receita será fundamental para atender às novas necessidades”, explica o relatório.

Nesse sentido, argumenta que a população terá cada vez menos capacidade para consumir tudo o que produz e “nem sequer os instrumentos financeiros mais engenhosos poderão alterar essa tendência”.

Contudo, a taxa de poupança das economias industrializadas vai ser reduzida, o que desacelerará o crescimento econômico desses países, alerta o documento.

No entanto, esses impactos negativos serão, em certa medida, compensados pelo desenvolvimento de novos produtos e serviços específicos para a população de mais idade, que permitirá “a inovação, a evolução e o fortalecimento” de novos setores econômicos.

Para o UBS, o retardo da idade de aposentadoria, o prolongamento da jornada de trabalho e o aumento do número de trabalhadores imigrantes serão acompanhados por um “necessário aumento das contribuições da população ativa (mais impostos)”. O banco também recomenda aos países mais afetados pelo envelhecimento populacional que busquem medidas para enfrentar o desafio de transferir a produção econômica dos que trabalham para os mais velhos de modo a evitar que se reduza a qualidade de vida dos idosos.

Os analistas do banco suíço acham, no entanto, que o efeito que o envelhecimento pode ter na economia mundial não afetará os mercados financeiros, já que a falta de poupança para investir será compensada por outros fatores, como a diversificação geográfica dos lucros.

“As empresas investirão mais no exterior e aumentarão o grau de diversificação geográfica de suas estruturas de venda e despesas”, o que permitirá que “os lucros estejam cada vez menos ligados à evolução econômica do país de origem”, aponta o relatório.

Outros fatores que contribuirão para que os mercados financeiros não sejam afetados pelas mudanças demográficos são, segundo o UBS, a progressiva integração dos mercados de capitais de todo o mundo e a aparição de novos instrumentos de investimento para responder às demandas dos aposentados.

Nesse sentido, os analistas explicam que em muitos países se reforçará a cultura dos investimentos em bolsas de valores e na área financeira para completar as prestações públicas.

Além disso, as taxas de juros serão cada vez mais afetadas pela globalização do fluxo de capitais, que permite que a poupança se transfira de um país para outro.

A redução da poupança nos países desenvolvidos, provocada pela queda proporcional da população ativa, que fará com que as taxas de juros tendam a aumentar, deverá ser freada nos países não-industrializados devido ao processo inverso.

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