Empresas menores lideram nova leva de acesso à Bolsa
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Vanessa Adachi De São Paulo
Uma nova safra de lançamentos de ações na Bolsa de Valores de São Paulo está em preparação, o que permitirá a manutenção, em 2006, do bom fluxo de criação de companhias de capital aberto verificado nos últimos dois anos. Foram 13 ofertas em 2004 e 17 em 2005, até novembro. Do total, 15 marcaram a estréia da empresa na Bolsa.
Mas o perfil dessas novas companhias abertas começa a mudar. O fabricante de softwares Totvs (sucessor da Microsiga), a construtora Gafisa e as empresas do setor de cartões de crédito CSU e VisaNet são algumas das companhias que já deram a partida no processo de abertura de capital. Todas têm algo em comum: o porte menor que o das empresas que entraram no mercado em 2004 e 2005.
Até agora, as companhias que lançavam ações tinham sempre um lajida (lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização) superior a R$ 100 milhões anuais. A partir de agora, segundo a previsão de analistas, chegarão ao mercado empresas muito menores, algumas com lajida até inferior a R$ 50 milhões.
O processo da Microsiga, agora Totvs, com faturamento estimado de R$ 400 milhões, é o que está mais avançado, entregue aos bancos CSFB e Itaú BBA. Os da Visanet, CSU e Gafisa estão ainda em estágio embrionário, mas já definidos os bancos coordenadores. A Gafisa, que faturou R$ 396 milhões até setembro e registrou lajida de R$ 52,1 milhões, vai trabalhar com Merrill Lynch e Itaú BBA. Ela é controlada pela GP Investimentos, que venderá parte de sua participação.
A Visanet contratou o UBS e a CSU deve fechar com CSFB e Pactual. A chegada das empresas de cartões ao mercado inaugurará um nicho novo.