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Empresários esperam redução da taxa de juros

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Flávio Freire, Aguinaldo Novo e Ronaldo D´Ercole

SÃO PAULO. As principais entidades empresariais e sindicais do país pediram ontem que a saída de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda resulte numa imediata alteração nos rumos da economia. A principal expectativa de empresários e sindicalistas é em relação à queda da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 16,5% ao mês.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informou em nota que as negociações vão continuar. “Seja quem for o ministro, será mantido o diálogo existente e prevalecerão, sempre, os interesses do Brasil. O ministro Guido Mantega, desde a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tem excelente relacionamento com a Fiesp”.

Para o presidente da entidade, Paulo Skaf, seja qual for o quadro futuro, o Brasil está maduro para as modificações no governo e para continuar em busca do desenvolvimento:

— A economia, como já vem acontecendo, não deverá ser abalada. Devemos estar acima de nomes, preocupados em buscar as soluções mais adequadas para os problemas do país — disse Skaf.

A Federação Nacional do Comércio (Fecomércio) seguiu a mesma linha: “Esperamos do novo ministro que sua gestão preserve todos os indicadores macroeconômicos positivos que foram obtidos pela atual política econômica. Nossa maior expectativa, entretanto, é que os juros continuem a cair e que esta queda se faça de uma forma mais acentuada”.

Para Fecomércio, Mantega também se frustra com juros

Quanto à política monetária, a Fecomércio reafirma seu entendimento de que as condições para a redução dos juros estão dadas desde o fim do ano passado, não se justificando o conservadorismo do Banco Central em manter a taxa Selic tão alta. “O que precisamos é superar os índices medíocres de crescimento, o que certamente estará no horizonte do ministro Mantega, pois como presidente do BNDES demonstrou partilhar da frustração da sociedade brasileira diante dos juros altos”, conclui Abraan Szajman, que preside a entidade.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Márcio Cypriano, disse que espera do próximo ministro o compromisso de manter a política econômica sobre o seguinte tripé: “responsabilidade fiscal, liberdade cambial e política de metas de inflação”.

“Foi uma gestão competente e por isso o sentimento é de perda”, afirmou Cypriano, em nota. “Palocci foi fundamental para conduzir a economia com segurança para o estágio atual, com credibilidade externa e situação fiscal sob controle”.

Os avanços alcançados, segundo ele, preparam o país para uma nova etapa da economia, direcionada a patrocinar o crescimento sustentado.