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Economia do governo para pagar juros é recorde em abril

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Com resultado recorde, contas do setor público têm superávit mesmo após juros

Gustavo Freire, da Agência Estado

BRASÍLIA – A economia do governo para pagar os juros da dívida foi de R$ 23,458 bilhões em abril. O valor foi tão grande que, mesmo após o pagamento do juro, as contas do setor público (União, Estados, municípios e empresas estatais) ainda ficaram no azul, com superávit de R$ 11,173 bilhões.

Segundo dados divulgados pelo Departamento Econômico do Banco Central, tanto o superávit primário – receitas menos despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida -, quanto o nominal (após os juros), são os melhores resultados mensais desde o início da série, em 1991.

No resultado de abril deste ano, o governo central teve um superávit de R$ 14,919 bilhões, e os governos regionais (estaduais e municipais) tiveram superávit de R$ 3,812 bilhões. No mesmo mês, o conjunto das empresas estatais federais, estaduais e municipais registrou superávit primário de R$ 4,727 bilhões. Deste total, as estatais federais responderam por R$ 4,476 bilhões. Em março, as estatais federais tinham registrado déficit de R$ 382 milhões.

Acumulado do ano

Apesar do resultado positivo em abril, e do superávit primário de R$ 50,732 bilhões acumulado até abril, as contas do setor público ainda apresentam, nos quatro primeiros meses do ano, déficit nominal de R$ 405 milhões, ou 0,05% do PIB. O valor, porém, representa o menor saldo negativo nestas contas desde 1992. Para se ter uma idéia, em igual período do ano passado o déficit nominal do setor público era de R$ 16,641 bilhões, ou 2,31% do PIB.

No período de 12 meses até abril, o déficit nominal do setor público está acumulado em R$ 53,647 bilhões. O valor corresponde a 2,25% do PIB. Sem considerar o pagamento dos juros, o superávit acumulado é de R$ 100,469 bilhões no período, ou o equivalente a 4,22% do PIB.

Dívida

A dívida líquida do setor público fechou o mês de abril em 44,4% do PIB. O porcentual correspondia a R$ 1,079 trilhão. Em março, a dívida líquida estava em 45% do PIB e equivalia a R$ 1,088 trilhão. No acumulado do ano, a dívida líquida registra uma queda de 0,5 ponto porcentual do PIB. "O resultado primário contribuiu para esta queda com 2,1 pontos porcentuais do PIB e o efeito do crescimento do PIB valorizado com um ponto porcentual", diz a nota do Depec.

Em sentido contrário, a apropriação de juros nominais contribuiu para uma elevação de 2,1 pontos porcentuais da dívida e o ajuste decorrente da apreciação cambial (de 4,9% no ano), com 0,2 ponto porcentual. O ajuste de paridade da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida contribuiu com mais 0,3 pp para a elevação da dívida, segundo a nota do BC.

A dívida bruta do governo geral (governo federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) fechou abril em R$ 1,602 trilhão. O valor corresponde a 66% do PIB. Em março, a dívida bruta estava em R$ 1,603 trilhão, ou 66,4% do PIB.

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