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Cursos preparam pessoas interessadas no mercado de ações

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A nova onda de pessoas físicas que se interessam pelo mundo de ações tem refletido na demanda por cursos ligados ao mercado de capitais. Tanto que as operações de home broker (sistema de negociação on line da Bovespa) se intensificaram – só em janeiro foram registrados números recordes, com um total de compras e vendas de R$ 9,6 bilhões – , levando não-profissionais para a sala de aula.

A CMA Educacional, unidade da CMA Análises de Mercado, realizou em 2006 cerca de 100 cursos, treinando 2,4 mil alunos. E para este ano, a previsão é fazer crescer 50% o número de participantes. “Eles aprendem até a montar uma carteira de investimentos”, explica Eduardo Matsura ,diretor da CMA Educacional. Além de programas introdutórios ao mercado de ações, a CMA tem cursos especializados, como o de análise técnica e fundamentalista. “Hoje, o investidor individual acompanha os índices e análises gráficas dos papéis. O que nos fez criar o programa CMA Trading School, reunindo vários módulos”, afirma.

Neste primeiro semestre, a CMA Educacional vai oferecer cursos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília e Fortaleza. Mas há projeto de levar os programas para outras regiões. Segundo Matsura, o público é formado por empresários e executivos, com idade média de 35 anos.

O médico Hassan Mohamad Salman, 42 anos, é um exemplo de quem aproveitou a euforia da bolsa para operar via home broker há seis meses. Incentivado por um parente, acabou seduzido pela possibilidade de fazer um pé de meia maior. Mas por entender que essa é uma atividade de risco, se inscreveu em três cursos da CMA, para entender melhor o funcionamento da bolsa, ter noção de como acompanhar as análises gráficas. “Aprendi a não jogar todo o dinheiro na bolsa. Porque se você sabe conduzir, pode ganhar mais do que perder”, avalia Salman, que além da Bovespa, entrou na BM&F.

Na esteira deste movimento de novos investidores e do cenário de abertura de capital das empresas brasileiras, em 2006, a CMA resolveu apostar em uma frente conhecida dos MBAs, os cursos “in company” ou sob medida. Destinado a bancos e corretoras, ele visa fidelizar a relação cliente-investidor. “As turmas são formadas por clientes das instituições financeiras que passam a ter um canal mais próximo com seus bancos”, explica Matsura. O Santander Banespa foi a primeira empresa a investir no modelo “in company”, que ofereceu o curso a 750 clientes da corretora. Atualmente, seis companhias participam do formato “in company” da CMA Educacional.

Já a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) reestruturou seu curso de capacitação, que conta com uma grade de 360 horas. O objetivo é reciclar tanto profissionais da área quanto recém-formados. “Queremos eliminar o gap entre a formação acadêmica e o mercado de trabalho”, afirma José Luiz Beheregaray, gerente da área de treinamento da Andima. Aberto ao mercado, o curso quer atrair jovens em início de carreira. Em média, por turma, há 25 alunos.

Dividido em três módulos o programa aborda, entre outros assuntos, introdução ao mercado financeiro, matemática financeira, produtos e análise de investimentos em renda fixa, mercado de câmbio e de derivativos, fundos de investimentos, mercado internacional e risco operacional. Ao final do curso, a Andima monta um banco de talentos, com resumo do currículo dos alunos. “Nossa idéia é permitir que instituições financeiras tenham uma fonte de referência para possíveis vagas”, diz.

Além disso, a Andima tem cursos curtos, que variam de 16 a 40 horas, abordando temas como gestão de ativos e de carteira e análise de produtos financeiros. A próxima empreitada da Andima é atrair investidores individuais. Para isso, está lançando um curso sobre home broker, que pretende ensinar a investir pela internet.

Quem também está de olho no potencial dos investidores pessoa física é a a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais de São Paulo (Apimec-SP). Pela 14 ª vez oferece o curso de introdução ao mercado de capitais. Até o momento há 305 inscritos para a nova turma, que começa no dia 05 de março. Lucy Sousa, presidente da entidade, revela que muitas empresas chegam a mandar trainees da área de relação com investidores, para formar profissionais como alternativa a falta de gente qualificada.

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