Crédito imobiliário avança 59,7%
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O volume de financiamento imobiliário concedido por instituições privadas atingiu, no ano passado, o montante de R$ 4,793 bilhões, o que representa um aumento de 59,7% em relação a 2004. O dado foi divulgado pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
O número confirma a tendência de crescimento nos financiamentos demonstrada em 2004, quando o volume total concedido atingiu R$ 8,8 bilhões, dos quais R$ 5,8 bilhões pela Caixa Econômica Federal e R$ 3 bilhões pelas demais instituições participantes do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos).
Em 2005, o SBPE financiou 60.769 unidades, um número 12,98% maior do que em 2004, quando 53.787 unidades foram financiadas e o maior registrado desde de 1994, segundo dados divulgados pela Abecip.
Ao comparar trimestre a trimestre, a expansão do crédito imobiliário com base nas cadernetas de poupança foi constante em 2005, ao passar de R$ 904 milhões no período janeiro/março para R$ 1,130 bilhão entre abril e junho, R$ 1,188 bilhão entre julho e setembro e R$ 1,570 bilhão entre outubro e dezembro. A média mensal cresceu de R$ 301 milhões no primeiro trimestre para R$ 523 milhões no último.
De acordo com Décio Tenerello, presidente da Abecip, as perspectivas para 2006 são animadoras, pois está em curso o fortalecimento institucional do crédito imobiliário, em decorrência da aplicação crescente da alienação fiduciária de bem imóvel (o bem fica no nome do credor, o que lhe dá mais garantias) em substituição à hipoteca e medidas tributárias que propiciam o aumento da liquidez das moradias, como a redução do Imposto de Renda nas vendas de imóveis ou a total desoneração, caso os recursos obtidos com a venda do imóvel sejam aplicados integralmente na compra de outro imóvel.
“O governo criou leis que dão mais garantias aos credores, como a lei 10.931, que impede que a pessoa que fez o empréstimo deixe de pagar a dívida, por exemplo, por contestar as taxas de juros. Ela pode até questionar a taxa, mas o valor principal é incontestável. Antes, havia uma morosidade em relação a esses casos e o imóvel acabava ficando desvalorizado.”
Além disso, Tenerello acredita que a regulamentação da oferta de novas garantias para os financiamentos crie outras oportunidades. Um exemplo são os participantes dos fundos de pensão, que, na sua opinião, são trabalhadores qualificados, o que permite supor avanços nos créditos.
“Em 2006, prevemos um aumento de 50% no montante de financiamentos, que deve ficar em torno de R$ 7 bilhões. Houve um crescimento na massa salarial e o desemprego diminuiu. Com mais renda, mais pessoas podem obter empréstimos”, avalia.