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Comércio prevê Natal aquecido e antecipa pedidos

Publicado em:

Valor Online

De Porto Alegre, São Paulo, Florianópolis, Curitiba, Recife e Rio

O aumento da renda, do emprego e a contínua oferta de crédito levam o varejo a prever um Natal com vendas entre 10% e 20% superiores às do ano passado – um ritmo chinês de expansão de consumo. Para garantir o abastecimento de suas lojas no fim do ano, grandes redes varejistas anteciparam suas encomendas à indústria e aumentaram a parcela de itens importados no mix oferecido aos seus clientes.
A gaúcha Colombo planeja vender 10% mais no Natal, alta que representa o dobro dos 5% obtidos no Natal de 2006. Por conta dessa previsão, antecipou em 20 dias o início de suas encomendas. A rede Lojas Cem já encaminhou à indústria uma previsão de vendas que embute alta de 15% sobre dezembro de 2006, enquanto no Paraná, a própria indústria sugeriu aos executivos da rede Gazin que comprassem mais – e logo. Na catarinense Havan, os pedidos foram feitos em agosto, um mês antes do prazo.
Para algumas linhas de produtos – como computadores e celulares – as previsões são ainda mais otimistas. As 132 unidades da Lojas Maia espalhadas pelo Nordeste se preparam para uma alta de 20% nas vendas de fim de ano em relação ao mesmo período de 2006. Na área de informática, a previsão sobe para 40%. Nesse segmento e nos produtos de linha marrom, o varejo conta com um atrativo a mais para os clientes: preços mais baixos em decorrência da queda do dólar.
O câmbio também vai reforçar a participação dos importados no mix oferecido aos clientes. Nas grandes redes, contudo, essa presença ainda é modesta e as prateleiras serão mesmo reforçadas com produtos nacionais. A rede Maia vai aumentar o mix de 1% para 5%, mesmo percentual oferecido pela Lojas Renner. No varejo que já trabalha com muitos importados, essa presença vai crescer mais. Na Doural, a queda do dólar permitiu incorporar 10% de itens estrangeiros ao mix – e a maior parte dessa alta foi de produtos mais caros, antes inacessíveis.
Para dar conta do movimento extra – e porque abriram novas lojas ao longo deste ano – muitas redes planejam aumentar a contratação de temporários. A Renner deve contratar mais temporários do que os 1,9 mil do ano passado. Na nordestina Maia, o reforço será 30% superior ao de 2006, quando foram chamados 450 temporários. Página A3