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Carga tributária tira 40% do lucro das empresas

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O plano de aceleração da economia anunciado nesta segunda-feira (22) pelo governo inclui uma importante redução de impostos cobrados sobre alguns setores, mas as medidas foram consideradas insuficientes para atacar o problema da alta carga tributária brasileira, que equivale a cerca de 39% do PIB. Essa é a avaliação do presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral. O principal obstáculo para o crescimento do país é a carga tributária. Para que o país pudesse crescer 5% ao ano, a carga teria de estar por volta de até 33% do PIB, seis pontos a menos do que é hoje, diz Amaral.

O cálculo da carga tributária é feito a partir da soma de todos o dinheiro arrecadado pelos governos federal, estadual e municipal, com impostos e contribuições. Esse valor é dividido pelo PIB, que hoje é de cerca de R$ 1,4 trilhão.

Os altos tributos brasileiros afetam tanto as empresas quanto o consumidor final. As empresas pagam em impostos, em média, o equivalente a um terço do seu faturamento. No caso das empresas de energia, telecomunicações, petróleo, fumo e bebidas, esse valor chega a 40%. O principal tributo é o PIS/Confins, alvo de várias mudanças por parte do governo nos últimos anos. Pesam também o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Para o consumidor, essa sopa de letrinhas tem um significado simples: produtos mais caros nas lojas. O consumidor o brasileiro é quem paga todos os tributos que incidem sobre as empresas, porque na formação do preço final das mercadorias e serviços estão embutidos todos os tributos, diz o presidente do IBPT.

Um carro popular por segundo

Juntos, os contribuintes brasileiros gastam o equivalente a um carro popular (R$ 25 mil) por segundo para sustentar os gastos dos governos federal, estadual e municipal. Cada brasileiro gasta, por mês, R$ 358.

O principal imposto pago é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS, cobrado pelos estados. Nos primeiros nove meses do ano passado foram R$ 123 bilhões em arrecadação.

Em segundo lugar vem o imposto de renda, com R$ 98,75 bilhões no mesmo período. Em relação aos salários, a carga equivale, em média, a 42,5% do rendimento bruto. O valor pode chegar a 60% para os salários mais altos.

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