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Brasil tem mais de 25 mil empresas com Investimento Direto no Exterior (IDE), um salto de 406 % em 10 anos

Publicado em:

Banco Central do Brasil

 

 

 

 

 

A rentabilidade das empresas de IDE somou 3% na média entre 2010 e 2017.

O número de Empresas de Investimento Direto no Exterior (IDE) passou de 5 mil em 2007 para 25,3 mil no ano passado. O valor total das empresas também cresceu expressivamente entre 2007 e 2017, passando de US$111 bilhões para US$352 bilhões – uma ampliação de 217%. Empresas de IDE são aquelas onde brasileiros aplicam recursos em outros países e nas quais detêm 10% ou mais em poder de voto. O valor médio da empresa de IDE situou-se em US$14 milhões ao final de 2017. Os dados estão no Relatório de Investimento Direto, divulgado na terça-feira (27) pelo Banco Central.

O relatório amplia o conjunto de estatísticas para os investimentos de não residentes em empresas no Brasil e de residentes em empresas no exterior. Também compreende posições (valor das empresas de investimento direto ao final de cada ano), além de informações como rentabilidade, destino e atividade finais do investimento no exterior, investidores pessoa física e investidores pessoas jurídicas, e estrutura de poder de voto das empresas, entre outras.

“O número de empresas de IDE cresceu de forma substancial e contínua nos últimos dez anos. O período de 2007 a 2013 registrou taxa média anual de crescimento de 12% no número de empresas declaradas. Em 2014, esse número saltou para 19,4 mil, influenciado pelo Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT). Já entre 2015 e 2017, a quantidade de empresas de IDE cresceu, em média, 9% ao ano. Isso mostra uma forte tendência de internacionalização das empresas brasileiras”, afirma Camila Maia, do Departamento de Estatísticas do BC.

A rentabilidade das empresas de IDE – calculada pela razão entre os agregados de lucros e valor das empresas – somou 3% na média entre 2010 e 2017, após atingir valor negativo em 2015, mostrar recuperação, e totalizar 4,8% em 2017. A maior parte dos lucros obtidos no exterior é reinvestida nos mercados internacionais.

No final do ano passado, as empresas no exterior possuíam US$892 bilhões em ativos totais. No Brasil, as empresas detentoras desses ativos no exterior atuam no segmento financeiro (47%); extração de petróleo e gás natural (13,9%); holdings (7,3%); empresas constituídas para a aquisição de ativos financeiros (7,1%); extração de minerais metálicos (4,2%); comércio (3,1%) e produtos alimentícios (2,5%).

Em 2017, os fluxos líquidos de IDE aumentaram 32%, atingindo US$19,4 bilhões. As maiores posições de IDE pelo critério de país de investimento imediato estão nas regiões do Caribe e da Europa, que respondem por 43,3% e 39,8% da posição de IDE total – nas modalidades participação no capital e operações intercompanhia – de US$387 bilhões, respectivamente. No Caribe, destacam-se as posições nas Ilhas Cayman, 20,1% do total, e nas Ilhas Virgens Britânicas, 12,7%. Na Europa, destacam-se Países Baixos, 14,1%, e Áustria, 10,7%.

“A análise do IDE por país e destino finais aponta que muitas empresas têm características de veículos para acesso a mercados financeiros internacionais ou diversificação do portfólio dos investidores residentes”, pontua Camila. Em 45% da posição de IDE, há apenas um nível na cadeia de investimento, ou seja, a empresa investida no exterior não controla outras empresas. Resultados preliminares para as posições de IDE conforme critério de país de destino final indicam os Estados Unidos como país que mais cresce, e a Áustria, como país de redução mais intensa.

IDP
A posição total de IDP atingiu US$768 bilhões em 2017, elevação de 9,2% na comparação com o ano anterior e recorde para a série iniciada em 1995. A posição de IDP na modalidade participação no capital cresceu de US$481 bilhões, em 2016, para US$540 bilhões, em 2017. Contribuíram para essa evolução, além do ingresso líquido em IDP (US$64 bilhões), variações por preço (+US$22 bilhões), por paridade (-US$9 bilhões) e outras variações (-US$17 bilhões). Empresas de IDP são de estrangeiros que investem no Brasil e que detêm 10% ou mais de poder de voto.

A rentabilidade das empresas de IDP atingiu 5,6% na média entre 2010 e 2017, superior à rentabilidade das empresas de IDE. No período, a menor rentabilidade das empresas de IDP ocorreu em 2015, 2,1%, e a maior em 2010, 9,1%.

Na comparação entre países de investidor imediato e de controlador final das empresas de IDP, destacam-se os crescimentos de Estados Unidos, Bélgica e China (países do controlador final, que canalizam o investimento no Brasil por empresas em outras economias), e redução de Países Baixos e Luxemburgo, países canalizadores do investimento no Brasil.

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