Brasil pode iniciar processo de adesão à OCDE
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“A Espanha é favorável à ampliação, estamos trabalhando para a ampliação seja um fato”, disse nesta terça-feira Pedro Solbes, ministro espanhol da Economia e Finanças e presidente da reunião anual da OCDE, que reúne 30 países democráticos industrializados, entre eles apenas um latino-americano, o México.
“Como presidente tenho a idéia de fazer todos os esforços. Sou otimista e gostaria de poder anunciar boas notícias neste sentido amanhã”, acrescentou.
Ainda não existe um calendário para as negociações de adesão, mas Solbes disse que os eventuais candidatos a integrar a OCDE entrarão para a organização em três etapas.
“Estamos discutindo a ampliação e avançamos no bom caminho, mas ainda não existe um acordo. Não é uma decisão que os converte imediatamente em membros da OCDE; há três diferentes etapas”, advertiu.
Rússia, Chile, Israel, Estonia e Eslovênia estariam na frente para aderir à OCDE. A longo prazo viriam Brasil, China, África do Sul e Índia, segundo fontes da organização.
“A OCDE está muito interessada em ter uma relação o mais próxima possível com o Brasil, tão próxima quanto o Brasil quiser”, declarou na segunda-feira o secretário-geral da OCDE, o mexicano Angel Gurría, ao ser questionado sobre a possível entrada do país na organização.
No entanto, evitou falar de uma adesão do Brasil ao chamado “clube dos países desenvolvidos”.
O Chile se tornou observador da OCDE nos anos 90 e em 2004 solicitou a admissão como membro pleno, uma ambição do ex-presidente Ricardo Lagos.
A cooperação do Brasil com a OCDE também começou na década passada e o país já integra vários comitês da organização. No ano passado, a OCDE passou a publicar os indicadores de perspectivas de crescimento econômico do Brasil e de outros países emergentes.
Os atuais países membros da OCDE são Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Coréia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, República Tcheca, Reino Unido, Suécia, Suíça e Turquia.
Na quarta-feira, depois da reunião da OCDE, muitos ministros da Economia ou Comércio presentes no encontro, além do Brasil, celebrarão em Paris uma mini-ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), antes da reunião do G-4 (Estados Unidos, UE, Índia e Brasil) em Bruxelas.