BC vai colocar mais cédulas de R$ 2 e R$ 5 em circulação
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Jornal do Comércio
O Banco Central (BC) vai aumentar a circulação de cédulas de R$ 2 e R$ 5 e de moedas no país, a fim de facilitar o troco e retirar de circulação notas gastas. De acordo com o diretor de Administração do BC, Anthero Meirelles, trata-se de um "choque de saneamento" no meio circulante do país, e deverá durar de dois a três meses. O objetivo é colocar mais 350 milhões de cédulas de R$ 2 no mercado, aumentando em 50% o volume total hoje, e mais 110 milhões de notas de R$ 5, ou 30% do volume atual. Serão ainda mais 1,4 bilhão de moedas, ou 10% a mais do que circula atualmente, volume que será basicamente concentrado nos valores de R$ 1 e R$ 0,50.
“Verificamos que as notas de R$ 2 e de R$ 5 são as mais desgastadas e as que as pessoas mais demandam”, afirmou Meirelles, acrescentando que a vida útil dessas notas é de 12 a 18 meses.
Para tanto, entre setembro e outubro, o BC atenderá diretamente os bancos para a troca das cédulas de R$ 2 e de R$ 5 gastas por outras novas em suas 10 sedes espalhadas pelo país. Esse serviço, que normalmente custa 0,16% do valor transferido às instituições financeiras, não será cobrado neste período. O diretor do BC explicou ainda que, além dessas trocas, os bancos concordaram em levar, pelo menos, 10% de seus saques normais em notas menores.
Para a distribuição das moedas, o BC fechou parceira com o Banco do Brasil (BB) para permitir que os comerciantes troquem suas notas maiores. O serviço estará à disposição somente nas capitais brasileiras, sendo que o site do BC (www.bcb.gov.br) é possível saber quais agências estarão oferecendo. A autoridade monetária montou kits de moedas, somando R$ 100, que estarão disponíveis para troca. Ao todo, o BC está investindo R$ 320 milhões para melhorar a oferta de troco no país. Meirelles explicou ainda que, apesar da maior quantidade de moedas e notas que serão colocadas no mercado, o meio circulante do país não crescerá significativamente. Isso porque, hoje, as notas de R$ 2 e R$ 5 respondem apenas por 3 a 4% do total em circulação do país, que chega a R$ 115 bilhões.
“A medida vai ajudar também os deficientes visuais, que têm dificuldades para detectar notas falsas quando o dinheiro em circulação está muito gasto”, acrescentou o diretor.