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Bancos perdem espaço para crédito mercantil

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Com o dólar em queda e a economia em expansão no primeiro semestre, as empresas fugiram dos juros altos e das condições restritivas dos bancos, quitaram suas dívidas e se voltaram para o crédito mercantil – as compras a prazo de mercadorias e insumos entre companhias da mesma cadeia produtiva.

Um relatório da Serasa, com base na análise de 60 mil balanços de empresas de todos os ramos e portes, mostra que de janeiro a junho de 2005 o crédito mercantil, que aparece nos balanços na conta “Fornecedores”, totalizou R$ 185,8 bilhões. Esse valor é 21% maior que os R$ 153,5 bilhões registrados no mesmo período de 2004. Enquanto isso, o crédito bancário de curto e longo prazos – que aparece na conta “Financiamentos Bancários” – totalizou R$ 306,8 bilhões e registrou queda real de 11,5%.

O crédito mercantil é a solução para alavancar vendas e encarar a concorrência, explica Antonio Sergio de Almeida, diretor financeiro da Morganite Brasil, indústria de cerâmica térmica e carbono que fornece insumos para mais de 10 mil indústrias. Almeida conta que a empresa ampliou o prazo de financiamento das vendas de 28 para até 49 dias por causa da concorrência. “Se eu não aumentar, meu concorrente aumenta”, afirmou.

A gigante Motorola levantou um fundo de recebíveis de R$ 400 milhões para ampliar o prazo de financiamento das operadoras de telefonia. A CTBC também obteve o apoio de seu principal fornecedor de equipamentos, a HP, para financiar seu plano de expansão. “Nossos pagamentos de longo prazo com fornecedores aumentaram de 36 a 48 meses, no máximo, para no mínimo 48 meses, chegando a 6,5 anos em algumas operações”, diz a coordenadora de gestão financeira, Edilane Gonçalves.

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