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Bancos ignoram queda nos juros e aumentam taxa para o cliente

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Fonte: Reuters

Os juros médios cobrados pelas instituições financeiras subiram em janeiro, a despeito da trajetória de queda da taxa Selic, refletindo uma elevação do chamado spread bancário – diferença entre os juros que o governo cobra dos bancos e que as instituições cobram dos clientes. A conclusão é do Banco Central, que divulgou dados sobre juros nesta nesta quarta-feira.

No mês passado, os juros médios ficaram em 46,1%, frente a 45,9% em dezembro. A alta foi concentrada no crédito para as pessoas físicas, que subiu 0,4% por cento, para 59,7%. Para as empresas, os empréstimos ficaram 0,4% mais baratos, com taxas de 31,3%.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, afirmou em entrevista à imprensa que os juros finais maiores resultaram de uma elevação do spread, que é a diferença entre os juros pagos pelos próprios bancos e o custo final dos empréstimos.

Em janeiro, a taxa média de captação dos bancos foi de 16,1%, a menor desde abril de 2004. O spread, contudo, subiu 0,8% no mês frente a dezembro para 29,6%.

A taxa básica de juros, a Selic, foi reduzida de 18% para 17,25% em janeiro.

Lopes afirmou que a elevação da inadimplência nos últimos meses pode ajudar a explicar a alta dos juros. Ele mesmo ponderou, contudo, que “a inadimplência não subiu tanto assim” e permanence em patamar “bem razoável”.

No mês passado, a inadimplência dos empréstimos concedidos com recursos livres cresceu 0,2% para 4,4%. Nos últimos 12 meses, a inadimplência cresceu 0,7%.

Lopes também destacou a desaceleração dos empréstimos com desconto em folha de pagamento (consignado). Em janeiro, o estoque dessa modalidade cresceu 2,3% para R$ 33,159 bilhões. No ano passado, as taxas mensais de crescimento do consignado chegaram a mais de 5% em alguns períodos.

No mês passado, o volume de algumas operações mais caras cresceram mais – o cheque especial, por exemplo, teve alta de 11,4%.

As operações de crédito com recursos livres – que não têm taxas de juros determinadas por programas do governo – cresceram 0,5% para R$ 406 bilhões em janeiro, impactadas por um crescimento de 2,2% dos financiamentos para pessoas físicas.

O chefe do Departamento Econômico do BC disse que essa elevação é sazonal e reflete uma busca de crédito das famílias para cobrir gastos com educação e o pagamento de tributos. O saldo de empréstimos para as empresas caiu 1,1% no mês passado.

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