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Auditorias devem lucrar com nova lei de falência

Publicado em:

Carolina Mandl e Janaina Vilella De São Paulo e do Rio

A nomeação da Deloitte para a administração judicial da Varig é apenas um dos exemplos do que a nova lei de falências pode gerar de negócios para as quatro maiores firmas de auditoria no mundo: PricewaterhouseCoopers , KPMG , Ernst & Young e a própria Deloitte.

É o primeiro caso, desde o surgimento da lei, que uma empresa de grande porte é convocada para ser administradora. Quem mais desempenhava esse papel eram advogados e contadores – pessoas que já trabalhavam como síndicas ou comissárias na antiga lei.

O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, nomeou a Deloitte para ser a administradora da Varig, no lugar de João Cysneiros Vianna. Segundo Ayoub, era preciso nesta segunda etapa da recuperação o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. “Não estou fazendo críticas de maneira alguma ao doutor Cysneiros. Enquanto era necessária a presença só de um advogado, ele desempenhou bem o seu papel. Agora, chegamos à conclusão de que era melhor uma empresa com advogados, economistas e contadores.”

Antes do chamado para ser administradora, a Deloitte havia sido escolhida para fazer uma nova avaliação das duas subsidiárias da Varig, a VarigLog (logística) e a VEM (manutenção).

A contratação da Deloitte não passou por concorrência. A nomeação de administradores depende da escolha do juiz, que elege pessoas de sua confiança. “Procuramos uma empresa que já tivesse prestado serviços para a Varig”, diz o juiz. A Deloitte não se manifestou sobre a contratação. Apenas disse que “por causa do advento da lei, a Deloitte se preparou para ampliar sua atuação”.

Por lei, a remuneração do administrador pode alcançar, no máximo, 5% do passivo da companhia em recuperação.

Mas não é apenas na administração judicial que as consultorias devem atuar. A KPMG avaliou a viabilidade do plano de recuperação apresentado pela Parmalat aos credores. “Acreditamos que essa área de negócios vai crescer bastante no Brasil”, diz Salvatore Milanese, diretor da KPMG.

A Price estruturou uma área só para cuidar da recuperação. “Neste ano, como a economia foi bem, poucas empresas recorreram à nova lei. Mas a demanda deve crescer”, afirma o sócio Antonio Toro.

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