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Amorim manteve imagem de “mestre estrategista” na OMC, diz FT

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O acordo fechado no domingo em Hong Kong, na cúpula ministerial da Organização Mundial do Comércio, é um dos principais temas de destaque na imprensa internacional nesta segunda-feira.

O britânico Financial Times traça um pequeno perfil dos principais negociadores em Hong Kong, no qual diz que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, manteve intacta sua reputação de “mestre estrategista e negociador formidável, hábil em tirar vantagem de jogar as grandes potências comerciais umas contra as outras”, apesar de ter saído do encontro com um acordo aquém de seus objetivos.

O perfil diz ainda que o Brasil, “como um dos produtores mais eficientes do mundo, teria mais a ganhar com um resultado favorável da Rodada Doha – e mais a perder se as negociações fracassarem”.

Já em editorial, o FT diz que ao final do encontro as negociações comerciais da Rodada Doha foram mantidas vivas “apenas respirando” e precisarão ser ressuscitadas no começo do ano que vem.

O texto adverte que um fracasso significaria “a morte lenta do liberalismo que o mundo já conseguiu”. “Isso é algo que somente idiotas receberiam com prazer”, conclui o editorial.

“A um passo do fracasso”
O jornal The Times, de Londres, destaca o comentário do secretário do Comércio britânico, Alan Johnson, de que o acordo do domingo foi “apenas um passo aquém do fracasso”. Para Johnson, os negociadores terão de trabalhar duro para cumprir o prazo auto-imposto e finalizar os detalhes do acordo até abril do ano que vem.

Para o diário espanhol El País, o acordo foi “um pequeno passo na direção da abertura comercial”. Mas a reportagem do enviado especial do jornal a Hong Kong afirma que a reunião da OMC “terminou em empate” entre os países ricos e os pobres.

“As duas partes vieram a Hong Kong com uma estratégia de negociação muito defensiva, e o único que conseguiram foi evitar os gols”, diz a reportagem. “Foi, definitivamente, uma partida conservadora, onde o árbitro, o secretário-geral da OMC, Pascal Lamy, teve que separar algumas vezes os rivais para evitar um conflito e apitar o menos possível para não colocar obstáculos no jogo.”

O jornal espanhol, no entanto, observa que “apesar de tudo, a partida foi jogada e houve um acordo”. “É um pacto que deixa muitos detalhes pendentes, mas que supõe um passo na direção de uma maior liberalização do comércio mundial”.

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