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A vitória de Pernambuco

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Uma disputa de dez anos, entre sete estados do Nordeste, chegou ao fim na quinta-feira 29, quando a Petrobras e a venezuelana PDVSA anunciaram o local escolhido para erguer uma nova refinaria de petróleo, que receberá US$ 2,5 bilhões em investimentos e irá criar 10 mil empregos diretos. Deu Pernambuco na cabeça. O empreendimento, que será feito nas proximidades do Porto de Suape, na Grande Recife, abre as portas para uma mudança estrutural na economia pernambucana. “A refinaria vai ampliar a participação do setor industrial no PIB de 30% para 45%”, comemora Jorge Corte Real, presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco. De acordo com o governador Jarbas Vasconcellos, a escolha pelo seu estado, conhecido como Leão do Norte, foi fruto dos investimentos em infra-estrutura feitos na região de Suape. No entanto, um fator prosaico também pesou na decisão. Hugo Chávez, presidente venezuelano que será responsável por 50% dos recursos, quis homenagear a terra natal do general Abreu e Lima, um militar pernambucano que lutou na revolução bolivariana do século XIX. Não por acaso, a refinaria, que terá capacidade para processar 200 mil barris por dia, se chamará Abreu e Lima.

Desde 1985 a Petrobras previa a construção de uma refinaria no Nordeste, mas faltava um parceiro privado para financiar o projeto. O Ceará chegou a anunciar a associação com um grupo saudita. O Rio do Grande do Norte colocou na roda a japonesa Marubeni. Mas nenhum dos dois projetos se concretizou. “Chávez foi o único que propôs uma parceria concreta”, disse o presidente Lula. Tal investimento será o primeiro dividendo concreto da relação de amizade entre Lula e Chávez, que já trouxe dissabores diplomáticos ao Brasil. A parceria também renova o parque nacional de refino, no momento em que o País está prestes a alcançar a auto-suficiência em petróleo – a última refinaria feita no País tem 26 anos. A PDVSA, por sua vez, pretende expandir sua atuação no País, adquirindo até 800 postos de distribuição no Nordeste. “O que já está decidido é que 50% do óleo virá da Venezuela e 50% do Campo de Marlim, no Rio”, diz Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras. A planta de Pernambuco irá refinar óleo pesado, produzindo gasolina, diesel e gás de cozinha. Hoje, o Nordeste possui o maior déficit na produção de combustíveis no País.
Em 2001, ele era de 142 mil barris. Em 2010, chegará a 330 mil, segundo a
Agência Nacional do Petróleo. Começará a cair só em 2011, quando a refinaria entrar em operação.

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