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A vez das pequenas e médias empresas

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São Paulo, 23 de Agosto de 2006 – A necessidade das empresas de aprimorar seus controles internos, independente de seu porte ou de ter capital aberto, tem facilitado o crescimento da RCS Auditoria e Consultoria. Ela apostou nas empresas de pequeno e médio porte e tem conseguido sucesso com a escolha. “Oferecemos auditoria para quem nem sabe que precisa de auditoria”, diz o diretor Raul Corrêa da Silva.

Inaugurada há cinco anos, a RCS ampliou sua carteira de clientes em mais de 30% nos últimos 12 meses, para 130 empresas. No mesmo período, o faturamento aumentou na mesma proporção, segundo Silva, que não divulga valores. O executivo reconhece que as grandes empresas brasileiras são mercado cativo das quatro maiores auditorias que atuam no País (Deloitte, Ernest & Young, KPMG e PricewaterhouseCoopers).

No final da década de 70, Silva trabalhou na Arthur Andersen, que quebrou com o escândalo contábil da Enron, nos Estados Unidos. O risco de burlar demonstrações financeiras é menor nesse nicho. “Nas pequenas e médias você fala direto com quem tem poder de decisão. Essas empresas não têm estrutura que permita a existência de várias gerências ou vice-presidências.” Por isso mesmo, nesse nicho, o fator confiança está muito mais presente. “Você trabalha olho no olho, estabelece um vínculo.”

Em sua opinião, o rodízio entre as empresas de auditorias no serviço prestado às companhias de capital aberto, implantado por exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), abriu espaço para outras companhias do setor reforçarem sua atuação no middle market. “Com a regra, as big players voltaram ainda mais os olhos para a auditoria de multinacionais”, afirma Silva.

Com três sócios e quatro associados, a RCS conta com 70 funcionários. Hoje está presente em São Paulo e Belo Horizonte, e também na cidade de Itu, no interior de São Paulo, mercado considerado promissor.

No início da implantação do rodízio, em 2002, acreditava-se que outras empresas, além das quatro grandes, teriam espaço para crescer. Mas o que se verifica é uma disputa maior entre as grandes pelas contas maiores. Um rodízio sim, mas entre poucos personagens. “Quem atendia uma grande empresa vai querer outra grande”, afirma o presidente do Instituto de Auditores Independentes do Brasil (Ibarcon), Francisco Papellás.

“As grandes empresas reconhecem a capacitação técnica que as grandes auditorias possuem”, diz um dos sócios da Ernest & Young, Sérgio Romani. Embora atenda pequenas empresas, o executivo diz que a estratégia da Ernest & Young no Brasil está focada mesmo nas grandes companhias. As de pequeno porte atendidas pela consultoria possuem matriz fora do Brasil.

(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 3)(Valéria Serpa Leite)

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