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Nove estados e o Distrito Federal começam a flexibilizar o isolamento social

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G1 – Jornal Nacional








Em Santa Catarina, shoppings e restaurantes reabriram. Especialistas alertam para o risco de sobrecarga nos serviços de saúde.

Nove estados e o Distrito Federal começaram a flexibilizar o isolamento social. E o que preocupa especialistas é o risco que isso representa pra uma sobrecarga nos serviços de saúde.

Em Santa Catarina, shoppings, academias e restaurantes voltaram a funcionar nesta quarta-feira (22), com restrições. Todo mundo tem que usar máscara e passar álcool em gel logo na entrada. O número de pessoas nas lojas não pode superar a metade da capacidade. Os clientes não podem provar roupas e produtos. E precisam manter distância de um metro e meio um dos outros. Mas em um shopping em Blumenau, muita se gente se aglomerou.

Aulas continuam suspensas e ônibus também não podem circular. O governador Carlos Moisés, do PSL, disse que há leitos de UTI suficientes, caso a situação permaneça como está. E afirmou, sem dar detalhes, que estudos mostram que a taxa de transmissão da doença caiu. “Conseguimos estancar o nível de contágio. Reduzimos a nossa curva de contágio a mais de 50%, e hoje estamos colhendo já os frutos disso. Sabemos, temos consciência, de que os números vão aumentar, de que a saída das pessoas vai aumentar o número de casos de infectados”, disse.

Especialistas alertam que a flexibilização do isolamento social vai colocar o sistema de saúde do estado à prova nas próximas semanas. “Relaxar as medidas de isolamento nesse momento e responsabilizar a população pelo uso de máscaras e álcool gel é, ao mesmo tempo, equivocado e contraditório. Representa uma falsa impressão de controle quando na verdade a gente não tem controle sobre o avanço da epidemia”, afirma o professor de saúde pública da UFSC, Fabrício Mengon.

“No momento que nós começamos a ter esse afrouxamento, ou seja, deixando mais pessoas circulando na rua, é muito possível que esses casos vão aumentar de uma forma exponencial”, alerta a infectologista Sabrina Sabino.

Em Tocantins, o comércio pode abrir desde a semana passada. O governo declarou que o estado foi o primeiro do norte do Brasil a implantar medidas de combate ao coronavírus. Mas na capital Palmas, um decreto municipal só permite a abertura dos serviços essenciais.

O governo de Mato Grosso do Sul deixou a critério dos municípios. Em Campo Grande, a prefeitura flexibilizou a abertura de vários setores. Cada comerciante precisa apresentar um plano com medidas pra evitar a contaminação.

Em Mato Grosso, a Justiça definiu que os municípios têm autonomia pra decidir. A prefeitura de Cuiabá vai liberar a reabertura parcial do comércio e de igrejas a partir do dia 27 desse mês.

Na Paraíba, começou a valer, nesta semana, um decreto que recomenda que os estabelecimentos só permitam a entrada de clientes utilizando máscaras.

O governo do Espírito Santo liberou o funcionamento do comércio nos municípios considerados com baixo risco de contaminação. Os funcionários precisam usar máscaras e a entrada dos clientes será limitada a um por dez metros quadrados.

Em Sergipe, um decreto estadual também flexibilizou a abertura de parte do comércio.

Em Goiás, as máscaras passaram a ser obrigatórias para quem sai de casa. O governo permitiu a retomada da construção civil, salões de beleza, oficinas e celebrações religiosas.

O Distrito Federal publicou um decreto que permite o funcionamento de empresas de advocacia, contabilidade, engenharia e arquitetura, além de imobiliárias.

O governo de Minas criou um plano pra orientar a retomada da atividade econômica no estado. Cada uma das 853 cidades de Minas vai receber um protocolo sanitário apontando as prioridades, ou seja, que setores devem voltar antes ou depois de acordo com o grau de risco que representam.

O território de Minas vai ser dividido em 14 regiões de saúde pra facilitar o acompanhamento dos números da Covid-19 e os prefeitos é que decidem se vão aderir às recomendações do governo ou não. “Vamos ter sempre três alternativas. Manter o que já foi feito, avançar ou recuar. Então, isso estará sempre em consideração. Se em determinada cidade nós observarmos que número de casos e número de óbitos subiu, vamos estar solicitando ao prefeito e ao Ministério Público, inclusive, para que sejam tomadas medidas que restrinjam o funcionamento das atividades econômicas”, afirmou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema.

Em Belo Horizonte, passageiros gravaram imagens que mostram ônibus com muita gente em pé, o que está proibido. A Companhia Municipal de Trânsito já fez 1.400 autuações às empresas. E nesta quarta-feira (22), a prefeitura da capital passou a exigir o uso de máscaras. “Faça sua parte. Utilizem máscaras de proteção e nos ajude a vencer o coronavírus”, alerta som do carro da Guarda Municipal.

O acessório é obrigatório no transporte coletivo, incluindo o metrô, no comércio e nas repartições públicas. Quem não utilizar será impedido de entrar e permanecer no local. A fiscalização ficará por conta dos próprios comerciantes.

“Eu acho que vai ficar, infelizmente, essa questão do Covid, durante muitos meses. Você usando a máscara, respeitando isolamento social e lavando as mãos, a gente pode fazer frente à epidemia e a gente pode sair mais rápido do que a gente imaginava, inclusive com menos mortes, né?”, diz o infectologista Unaí Tupinambás.

A direção do shopping de Blumenau afirmou que está seguindo todas as regras previstas no decreto do estado.

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