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Imposto sobre consumo é 70% de tudo que o poder público arrecada

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O TEMPO

 

 

 

 

 

Nesse tipo de tributo, ricos e pobres pagam proporcionalmente a mesma coisa quando compram um produto

O presidente do IBPT, João Eloi Olenike, explica que o resultado obtido pela reportagem é muito parecido com o realizado pelo instituto. No levantamento do IBPT, a carga tributária total gira em torno de 40%. Segundo ele, no cálculo geral de quanto a sociedade brasileira paga de impostos, vão pesar mais as taxas que incidem sobre o consumo. Isso porque a maior parte dos trabalhadores brasileiros está isenta do imposto de renda. Mas, na hora de pagar pelos produtos, eles pagam a mesma alíquota dos que recebem mais. Por isso, ele explica que a tributação nos produtos que compramos representa 70% de tudo que o poder público arrecada.

“Essa é uma distorção do sistema tributário brasileiro. A maior parte dos impostos está no consumo. Acontece que, se chega ao mesmo posto um fusquinha e uma BMW, eles vão pagar o mesmo preço na gasolina, consequentemente a mesma alíquota do imposto. Ou seja, a pessoa que tem uma renda bem menor acaba carregando nas costas a mesma carga tributária de quem recebe mais”, destaca Olenike.

Ele ressalta, porém, que a tributação no consumo tem outra característica que talvez seja a mais prejudicial: ela faz com que os cidadãos não percebam a quantidade de impostos que estão pagando. Isso afeta a mobilização para saber para onde está indo dinheiro que estão dando para o Estado e para cobrar que haja um retorno efetivo do investimento.

“O que acontece é que o consumidor paga no produto um determinado valor e acha realmente que aquele é o preço daquele material. Acontece que há certos itens de consumo que a formação do preço final chega a 70% do total. Como não há um detalhamento claro de quanto as pessoas pagam nos produtos na hora do consumo, as pessoas não conseguem mensurar o quanto do seu dinheiro está indo para o poder público. É claro que esse desconhecimento faz com que os cidadãos sejam menos críticos na hora de cobrar as benfeitorias que o Estado deveria proporcionar”, finaliza.

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